Acredite, o corpo avisa quando algo está errado.
Ele emite sinais, justamente para que você possa procurar ajuda. Afinal, o corpo humano é uma máquina, e quando uma peça quebra e prejudica o funcionamento do restante da engrenagem, o sistema enviará uma mensagem para alertá-lo. Saber identificar esses indícios pode, sem dúvida alguma, SALVAR VIDAS.
No dia a dia do SOS Unimed/Medilar, nossos profissionais da saúde lutam contra o tempo e são imbuídos da tarefa de identificar e interpretar os sinais emitidos pelo organismo do paciente, para que os primeiros socorros sejam prestados de forma eficiente e adequada.
Mas, enquanto a ajuda de profissionais da saúde não chega, você também é capaz de identificar esses sinais e ajudar a salvar uma vida.
É importante destacar que nos primeiros socorros, os sinais são divididos em vitais e de apoio.
Você já sabe a diferença entre eles?
Siga com a gente, que vamos lhe contar mais a respeito!
Sinais Vitais Vs. Sinais de Apoio
Esse assunto geralmente confunde muita gente, já que ambos são “medidas” que, quando avaliadas, indicam se há problemas no funcionamento do seu corpo.
Os sinais vitais são indícios de que existe vida naquele corpo. Para isso, analisa-se: Temperatura corporal, pulsação, respiração e pressão arterial.
Já os sinais de apoio, emitem “informações” com base no funcionamento dos órgãos vitais e precisam ser analisados em conjunto com os sinais vitais. Já falamos sobre eles aqui no Blog.
Existem também as funções vitais, mas esse é um assunto para outra hora. Iremos agora conhecer cada medida que compõe os sinais vitais. Vamos lá?
Os sinais vitais que devem ser compreendidos e conhecidos são:
1 – Temperatura corporal
A temperatura é o resultado da quantidade de calor produzido e gasto pelo nosso corpo. É um importante indicador das atividades metabólicas do organismo. No adulto, a temperatura corporal varia de 36 a 38°C, acima desses valores é considerado estado febril. Veja a tabela:
Variação de temperatura do corpo | |
Estado Térmico | Temperatura (°C) |
Sub-normal | 34 – 36 |
Normal | 36 – 37 |
Estado febril | 37 – 38 |
Febere | 38 – 39 |
Febre alta (pirexia) | 39 – 40 |
Febre muito alta (hiperpirexia) | 40 – 41 |
A febre ocorre quando a produção de calor do corpo ultrapassa a perda e a temperatura corporal fica maior que 38°C. Ela pode ser categorizada como normal, alta e muito alta.
Para tratar da febre os procedimentos de primeiros socorros são simples: aplicar compressas úmidas na testa, cabeça, pescoço, axilas e virilhas. Sendo adulto, pode tomar banho frio e cobrir-se de uma coberta gelada.
2 –Pulsação
Sabe quando você coloca os dedos na artéria que está localizada na parte interna do seu pulso e sente ela “saltar”? Pois é, essa é a sua pulsação.
Ela é transmitida pela pressão que o coração exerce sobre o sangue. No indivíduo adulto, o pulso varia de 60 a 100 batimentos por minuto (bpm).
A pulsação pode variar de acordo com sua frequência, regularidade, tensão e volume. A frequência está inversamente ligada a idade do paciente, quanto menor a idade, maior a frequência. O volume está ligado ao que conhecemos como pulso forte e fraco, mas o ritmo deve se manter constante.
Confira a tabela abaixo:
Pulso normal | Faixa etária |
60 – 70 bpm | Homens adultos |
70 – 80 bpm | Mulheres adultas |
80 – 90 bpm | Crianças acima de 7 anos |
80 – 120 bpm | Crianças de 1 a 7 anos |
110 – 130 bpm | Crianças abaixo de um ano |
130 – 160 bpm | Recém-nascidos |
Para medi-la, você precisa: colocar o braço do paciente em posição relaxada, posicionar os dedos indicador, médio e anelar sobre a artéria escolhida, aplicar uma leve pressão e contar no relógio as pulsações durante 60 segundos.
Até que não é tão difícil assim, não é mesmo?
3 – Respiração
A respiração é essencial para a vida, ela acontece de maneira involuntária e automática e permite a ventilação e a oxigenação do corpo. A obstrução resulta em asfixia, dificuldade ou impossibilidade de respirar, que, se prolongada, causa parada cardiorrespiratória.
Podemos classificar a respiração por tipo e frequência. Para verificar a frequência, conta-se o número de vezes que a pessoa realiza o movimento respiratório, inspiração e expiração. Verificando o movimento do tórax ou do abdome para contar a respiração.
Confira a tabela abaixo:
Tipos de respiração | |
Eupnéia | Respiração que se processa por movimentos regulares, sem dificuldades, na frequência média. |
Apnéia | É a ausência dos movimentos respiratórios. Equivale a parada respiratória. |
Dispnéia | Dificuldade na execução dos movimentos respiratórios. |
Bradipnéia | Diminuição na frequência média dos movimentos respiratórios. |
Taquipnéia | Aceleração dos movimentos respiratórios. |
Ortopnéia | O acidentado só respira sentado. |
Hiperpnéia ou Hiperventilação | É quando ocorre o aumento da frequência e da profundidade dos movimentos respiratórios. |
4 – Pressão arterial
Pressão arterial é a pressão do sangue. Mesmo que não seja recomendado alguém inexperiente no assunto medir a pressão arterial com o aparelho, ainda assim é necessário descrever suas características e a forma de medição.
No indivíduo adulto, a pressão arterial máxima vai de 100 a 140 milímetros de mercúrio (mm Hg) e a pressão arterial mínima vai de 60 a 90 mm Hg. A pressão é influenciada pela idade do paciente. Outros fatores alteram a pressão arterial, como demonstra o quadro abaixo:
Diminui a pressão | Aumenta a pressão |
Menstruação | Digestão |
Gestação | Excitação emocional |
Sono/Repouso | Convulsões |
Hipotireoidismo | Hipertireoidismo |
Hemorragia grave | Arteriosclerose |
Anemia grave |
Em uma situação de primeiros socorros é importante perguntar à vítima sobre sua pressão arterial e passar essa informação ao profissional especializado que prestará o atendimento médico pré-hospitalar (APH).
Você sabia que é importante perguntar se a vítima tem pressão alta ou baixa?
Em casos de pressão alta, hipertensão, deve- se manter a pessoa com a cabeça elevada, calma, e reduzir a ingestão de líquidos e sal até a chegada do médico. Já em casos de pressão baixa, hipotensão, deve-se promover a ingestão de líquidos com pitadas de sal, deitá-lo e chamar um médico.
Com toda essa informação em mãos, você já é capaz de perceber os sinais que seu corpo te dá e acionar ajuda, caso necessário. Não se esqueça…fique sempre atento à temperatura corporal, pulso, respiração e pressão arterial.
Ouça seu corpo, ele fala o que está sentindo.